• Sobre:

    A maconha está no centro de uma grande controvérsia. Ela é demonizada por uma parte das pessoas e idolatrada por outra. Mas é claro que nenhum desses lugares-comuns e extremos representa bem seu significado para o homem. Não adianta tentar resolver o debate com as limitações de um maniqueísmo simplório.

    A maconha pode fazer mal para algumas pessoas que a consomem de modo abusivo - nenhum comportamento compulsivo é bom. Mas ela pode também trazer alívio para o sofrimento de pessoas doentes - do mesmo modo que a morfina é ao mesmo tempo um analgésico potente e potencialmente perigoso. Além disso, não se pode negar o fato de que essa erva polêmica é fonte de prazer ocasional para muita gente, com um papel semelhante ao do álcool em nossa sociedade.

  • História:

    2014 é um ano de ruptura na história da maconha. Até o final do ano, o Uruguai e dois Estados norte-americanos terão regulamentado o comércio da droga para uso recreativo, depois de décadas de proibição irrestrita. Mas essa história começa muito antes, porque a planta é uma velha conhecida do homem. Ainda não tínhamos inventado a roda nem a escrita, mas já usávamos fibras do que hoje chamamos de Cannabis Sativa para fazer cordas. Também conhecemos, desde a Idade da Pedra, seu poder de alterar a percepção e o comportamento. Na tradição do hinduísmo, uma das religiões mais antigas da história, ela era (e continua sendo) uma planta sagrada, usada em rituais e oferendas. Os chineses de mais de 4 mil anos atrás relatavam objetivamente que a erva ajuda a "comunicar-se com espíritos e iluminar o corpo".

    De lá para cá, a humanidade usou a cannabis para fabricar tecidos, papel, alimento, combustível, remédios e, é claro, para alterar a consciência. Só nos últimos cem anos é que ela foi parar no centro de uma enorme controvérsia e acabou proibida.

    A demonização da maconha começou em meados dos anos 1910, com a Revolução Mexicana, onde a batalha pela independência se desenvolveu numa guerra civil que durou uma década e causou um grande êxodo para os Estados no sudoeste dos EUA, como Texas e Califórnia. Os mexicanos levaram consigo o hábito de fumar. Em 1915, Pancho Villa, um dos líderes da revolução mexicana, invadiu a fazendo do magnata das comunicações William Hearst no México e apreendeu toda sua produção para distribuí-la entre camponeses pobres. William Hearst, personagem que inspirou o clássico filme Cidadão Kane (1941), era dono de cerca de 30 jornais e famoso pela fundação da imprensa sensacionalista. Com seus diários, ele intensificou a perseguição contra imigrantes mexicanos e usuários de maconha, praticada pelos veículos do grupo antes mesmo desse episódio. Seus jornais publicavam frequentemente histórias de assassinatos e estupros cometidos por mexicanos, sempre acusados de estar sob efeito da "erva do diabo". Em sua campanha, ele populariza o termo marijuana, para associar a droga aos hispânicos, e distanciá-la do termo Cannabis indica, que na época ainda era conhecida em todo o país como um remédio. E, em 1936, estreou o filme Reefer Madness, uma trama que mostra um trio de traficantes de maconha que leva um casal de jovens brancos para festas de jazz, onde tudo acaba em assassinato. Com esse filme e as notícias dos jornais de William Hearst, a maconha passou a ser visto como uma droga tão ruim quanto a heroína e a cocaína, mesmo anos antes sendo usada como remédio pelo povo. Logo após desses fatos, em 1961, foi assinada por 173 países a Convenção Internacional de Narcóticos da ONU, que proíbe o uso de drogas. Maconha entra na classe de substâncias perigosas, sem uso medicinal reconhecido, marcando a criminalização (quase) mundial da maconha.

  • Efeitos químicos no organismo

    A maconha tem vários diferentes substâncias químicas, e cada uma delas age de forma diferente em cada pessoa. Mesmo tendo vários componentes, há apenas dois principais: o THC e o CBD. O THC é o princípio psicoativo da maconha – a substância que é responsável pelo “barato”. Ela também age de modo positivo no cérebro, ajudando o corpo, em algumas situações, a se proteger de várias doenças. Não somente no cérebro, podendo ajudar em outras doenças, como de coração, estômago e etc. O CBD (não é uma substância psicoativa, logo, não causa “barato” algum), por sua vez, é um potente anti-inflamatório e útil para tratar doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, porém sem os diversos efeitos colaterais dos remédios usados para tais doenças.

    Porém, mesmo podendo ser usada como remédio, ela também causa alguns males. Aqui uma lista de comparação dos males do álcool e da maconha:

    Sistema cardiovascular:

    -Álcool: Fator de risco importante para hipertensão, derrame cerebral, arritmias cardíacas e cardiomiopatia alcoólica.

    -Maconha: Aumenta em 4,8 vezes o risco de enfarto em pessoas que já têm problemas cardiovasculares. Na ausência deles, não representa riscos.

    Doenças mentais:

    -Álcool: Aumenta em oito vezes a incidência de doenças psicóticas em homens, e em mulheres, três vezes.

    -Maconha: Fator de risco para o desenvolvimento de doenças psicóticas, como esquizofrenia e depressão.

    Gravidez:

    -Álcool: Causa síndrome alcoólica fetal, quadro que inclui retardo mental, limitações de crescimento e diversas deformações de face. Mais comum no caso de consumo pesado no primeiro trimestre de gestação, mas não há dose segura.

    -Maconha: Há poucos estudos. Em alguns, há indícios de que cause reduções pequenas no peso de recém-nascidos e alterações reversíveis de comportamento.

    Fígado:

    -Álcool: Produz cirrose, fígado gorduroso e hepatite. Principal causa de mais de 30% dos casos de câncer hepático.

    -Maconha: Sem danos comprovados.

    Pâncreas:

    -Álcool: Causa de cerca de 70% dos casos de pancreatite. A versão aguda pode ser fatal.

    -Maconha: Sem danos comprovados.

    Sistema reprodutor:

    -Álcool: Fator de risco de disfunção erétil. Reduz a fertilidade de homens e mulheres.

    -Maconha: Há poucos estudos, mas há indícios de que pode reduzir a fertilidade de homens e mulheres.

    Câncer:

    -Álcool: Causa comprovada de diversos tipos de câncer (boca, faringe, esôfago, fígado, intestino e mama).

    -Maconha: Associada com maior incidência de câncer de testículos.

    Sistema respiratório:

    -Álcool: Causa alterações nos alvéolos que podem causar síndromes respiratórias agudas em caso de pneumonia.

    -Maconha: Aumenta as chances de bronquite crônica e reduz a capacidade respiratória.

    Comportamento violento:

    -Álcool: Pode ser relacionado à maior agressividade, especialmente em pessoas com tendência para reprimir sentimentos negativos. Está associado à violência doméstica em diversos de estudos.

    -Maconha: Sem associações.

  • Dose fatal

    A maconha pode ser fatal se tiver 15.000 a 70.000 mg de THC, um número estimado a partir de estudos com ratos. Não há registro de overdose de maconha.

  • Vício

    Há um mito que diz que a maconha não vicia. Sim, ela vicia. Cerca de 9% das pessoas que experimentam a maconha acabam se tornando dependentes em algum momento da vida, segundo um estudo realizado em 2006. Essas pessoas não conseguem controlar sua vontade de fumar. O risco de dependência aumenta para 17% se o uso começa na adolescência. A maconha só perde no risco de dependência para anfetaminas (11%), álcool (15%), cocaína (17%), heroína (23%) e nicotina (32%).

    Interromper o uso causa síndrome de abstinência em pelo menos metade dos dependentes. Quando isso acontece, os sintomas mais comuns são ansiedade, insônia, irritabilidade, distúrbios de apetite e depressão (nada de tremedeiras ou convulsões). Eles surgem entre o segundo e o sexto dia sem a droga e desaparecem até o fim da segunda semana.

  • Memória

    Pessoas que consomem maconha regularmente têm problemas de memorização e de atenção. Quando o uso começa na adolescência, essas dificuldades podem ser irreversíveis. Em qualquer idade, elas podem prejudicar o desempenho na escola e no trabalho.

  • Câncer e maconha

    Uma revisão de pesquisas que investigaram a relação entre o uso da droga e vários tipos de câncer não encontrou nenhuma evidência de que ela causasse esse tipo de doença. A pesquisa, de 2005, não é muito nova. E desde então surgiu outro estudo sobre o assunto, que identificou uma associação entre o uso da droga e tumores de testículo. Quem usava a substância há menos de dez anos tinha um risco duas vezes maior de desenvolver a doença. O curioso é que o risco não aparecia no caso de quem usava a droga há mais de dez anos. Pode ser que, no futuro, novos estudos confirmem a relação da maconha com esse e outros tipos de tumor. Mas por ora não existe evidência suficiente para dizer que ela causa câncer. Também pode ser que aconteça justamente o contrário, já que diversos estudos foram publicados nos últimos anos mostrando que o THC pode ser na verdade um remédio para tumores.

Quem Somos

Bárbara Andrade, formação em Pedagogia ,mas exerçe no IFSP - Campus Cubatão a função de Assistente em administração. Está lotada na Coordenadoria de Extensão, atuando como coordenadora.

Etiene Siqueira de Oliveira, formada em Biblioteconomia, exerço a função de bibliotecária-documentarista no IFSP Campus Cubatão.

Lucia Helena Dal Poz Pereira, servidora do IFSP Campus Cubatão desde 2010, Técnica de Enfermagem, na função de Auxiliar de Enfermagem do Setor Médico (SMO) subordinada à Coordenadoria de Apoio ao Ensino - CAE

Marcilene Maria Enes Appugliese, Bibliotecária no Instituto Federal de São Paulo - Campus Cubatão, lotada na Coordenadoria de Apoio ao Ensino, porém trabalha no setor de Coordenadoria de Recursos Didáticos, na Biblioteca.



Maria das Neves Farias D. Bergamaschi, servidora do IFSP- Campus Cubatão desde 2008, formada em Pedagogia, pós graduada em Gestão Escolar: Supervisão e Orientação Escolar lotada na Coordenadoria de Apoio ao Ensino- CAE, na função de Técnica em Assuntos Educacionais.

Maria del Pilar, médica no IFSP, Campus Cubatão. Está lotada no Setor Médico.

Lucas Ramacciotti Silvério, aluno da IFSP - Campus Cubatão desde 2011, bolsista do Projeto Drogas: Amor de perdição.

Diana Torrão Pereira, aluno da IFSP - Campus Cubatão desde 2011, bolsista do Projeto Drogas: Amor de perdição.
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