• Remédios Controlados

    O uso abusivo de medicamentos controlados cresce rapidamente no mundo e já supera todo o abuso somado de heroína, cocaína e ecstasy, segundo o relatório anual divulgado em 2010 pelo Departamento Internacional de Controle de Narcóticos, ligado à ONU.

    O relatório disse que várias mortes de celebridades no ano de 2009, como a do cantor Michael Jackson, chamaram a atenção para o problema dos medicamentos lícitos.

    Segundo Hamid Ghodse, diretor do Centro Internacional para a Política de Drogas da Universidade St. George's, em Londres, um dos autores do relatório, "abuso de tais drogas tem se difundido pelo mundo nos últimos anos".

    Ghodse disse ser difícil obter dados abrangentes sobre esse "problema oculto", mas na Alemanha, por exemplo, estima-se que 1,4 a 1,9 milhão de pessoas sejam dependentes de medicamentos vendidos sob receita. Em vários países europeus, entre 10% e 18% dos estudantes usam sedativos ou tranquilizantes sem receita.

    A entidade disse que farmácias ilegais estão atuando na Internet para vender ao mundo inteiro esses medicamentos - muitas vezes roubados, desviados ou falsificados. O relatório cobra medidas dos governos para monitorar ou proibir esses sites.

    Mas não é só medicamentos com receita controlada que precisam de atenção especial. Os remédios simples que compramos na farmácia podem, em vez de ajudar, causar problemas para a saúde.

    No Brasil, 80 milhões de pessoas têm o hábito de se automedicar, segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). "A automedicação vem de uma forte questão cultural. É difícil mudar isso. Todas as casas têm um monte de medicamentos e as pessoas cada vez mais pensam que sabem resolver seus problemas sem a ajuda do médico", afirma Rosany Bochner, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde.

    Um dos maiores problemas da automedicação é a dependência. Segundo a pesquisadora, tomar anti-inflamatórios toda vez que se tem dor nas costas, pode virar um vício, a ponto de o princípio ativo do remédio não fazer efeito no organismo, quando for realmente necessário. A mesma coisa acontece com frequência em relação aos descongestionantes nasais. "Os componentes dos medicamentos podem gerar um efeito rebote quase tão devastador como os de drogas ilícitas. Quando um medicamento é usado frequentemente, ainda que em pequenas quantidades, sofre uma diminuição progressiva do seu efeito. Ou seja, o indivíduo que antes melhorava com um comprimido, agora precisa de dois", explica a pesquisadora.

    Além da dependência, outro problema decorrente da automedicação é o mascaramento dos sintomas e a demora em procurar o médico. "O atraso no diagnóstico pode ser sério e levar à morte. Os antitérmicos, por exemplo, se não forem usados com cautela, cortam a febre, mas a doença continua e pode se agravar se a pessoa não procurar um especialista", diz Rosany Bochner.

    Qualquer remédio traz consigo efeitos colaterais, que às vezes se manifestam prontamente ou às vezes demoram. Portanto, é necessário saber que o abuso de qualquer tipo de medicamento, mesmo que ela seja vendido sem receita é prejudicial.

    Os antibióticos, por exemplo, quando usados de maneira incorreta podem inibir as bactérias do intestino, impedindo a absorção de nutrientes, ou, ainda, em casos mais graves, podem levar a diarreias crônicas, causando desidratação. Já o uso indiscriminado de anti-inflamatórios pode levar ao aumento da pressão arterial e a complicações nos rins e estômago.

    Combinar medicamentos sem orientação médica, bem como alterar doses previamente estabelecidas podem ser altamente prejudiciais. "A interação medicamentosa é outro problema grave da automedicação. Muitas vezes a pessoa está tomando um remédio e decide usar outro por conta própria, o que pode gerar reação entre os componentes dos dois medicamentos, o que pode agravar o problema ou até gerar um novo", alerta a pesquisadora da Fiocruz. Um exemplo disso são alguns remédios para emagrecer, que quando combinados com antidepressivos provocam cardiopatia.

    O psiquiatra da Unesp José Manuel Bertolote acredita que todo armário de medicamento tem uma quantidade além do que a deveria estar lá. "As pessoas começam a utilizar o remédio e quando param ou terminam o tratamento e ainda sobra medicamento na caixa. O que normalmente acontece é que quando ela volta a ter sintomas parecidos, volta a usar o remédio excedente. Ou, pior ainda, indica para um vizinho ou amigo que está com um problema parecido", explica.

    A verdade é que não conseguimos entender tudo o que acontece com o nosso corpo. Em que momento eu preciso começar a tomar remédios? Por quanto tempo continuarei tomando? Quantas vezes ao dia? São perguntas que você não consegue responder sem a ajuda de um médico ou um profissional qualificado.

    "A ajuda médica é fundamental para o sucesso de qualquer tratamento. Mas, não basta só ir ao médico. O paciente precisa dizer ao médico tudo o que tomou e o que está sentindo" acredita o psiquiatra José Manuel Bertolote, da Unesp.

    Para o psiquiatra, também é preciso entender que o remédio não é solução para todos os problemas. Ficar triste um dia não significa precisar de antidepressivos. O estresse não se resolve só com calmantes. A insônia pode ser um sinal de que algo na sua rotina deve mudar.

    Os exercícios físicos e as atividades de lazer são ótimas substitutas para os remédios. Mudar hábitos alimentares já pode melhorar muito. Dá próxima vez que achar que precisa de remédio tente pensar em alternativas mais saudáveis.

Quem Somos

Bárbara Andrade, formação em Pedagogia ,mas exerçe no IFSP - Campus Cubatão a função de Assistente em administração. Está lotada na Coordenadoria de Extensão, atuando como coordenadora.

Etiene Siqueira de Oliveira, formada em Biblioteconomia, exerço a função de bibliotecária-documentarista no IFSP Campus Cubatão.

Lucia Helena Dal Poz Pereira, servidora do IFSP Campus Cubatão desde 2010, Técnica de Enfermagem, na função de Auxiliar de Enfermagem do Setor Médico (SMO) subordinada à Coordenadoria de Apoio ao Ensino - CAE

Marcilene Maria Enes Appugliese, Bibliotecária no Instituto Federal de São Paulo - Campus Cubatão, lotada na Coordenadoria de Apoio ao Ensino, porém trabalha no setor de Coordenadoria de Recursos Didáticos, na Biblioteca.



Maria das Neves Farias D. Bergamaschi, servidora do IFSP- Campus Cubatão desde 2008, formada em Pedagogia, pós graduada em Gestão Escolar: Supervisão e Orientação Escolar lotada na Coordenadoria de Apoio ao Ensino- CAE, na função de Técnica em Assuntos Educacionais.

Maria del Pilar, médica no IFSP, Campus Cubatão. Está lotada no Setor Médico.

Lucas Ramacciotti Silvério, aluno da IFSP - Campus Cubatão desde 2011, bolsista do Projeto Drogas: Amor de perdição.

Diana Torrão Pereira, aluno da IFSP - Campus Cubatão desde 2011, bolsista do Projeto Drogas: Amor de perdição.
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